O presidente do Chile, Gabriel Boric, afirmou nesta
quinta-feira (24) que a greve por tempo indeterminado promovida pelo sindicato
dos caminhoneiros “não é contra o governo, é contra a população”.
“Se os caminhoneiros querem insistir em prejudicar nosso
país, dizemos a eles que vamos agir com toda a firmeza que a lei nos concede
(…). Aliás, isso reafirma a importância do projeto ferroviário que estamos
desenvolvendo pelo Chile”, acrescentou o presidente chileno em declarações
realizadas no México.
A mobilização do sindicato, motivada pelo aumento do preço
do combustível e pela insegurança nas rodovias, soma quatro dias e algumas
cidades já sofrem com a escassez de combustível e alimentos, segundo relatam
vários meios de comunicação locais.
“O Chile como um todo enfrenta uma situação econômica
delicada e não é o momento para que esse tipo de atividade interrompa o bom
andamento da economia, justamente quando estamos em um momento de reativação”,
declarou Boric.
“Não há fundamento para que a greve continue, menos ainda
para aqueles que passaram horas falando conosco, chegaram a um acordo e hoje o
ignoram e insistem na paralisação, afetando a vida de milhares de
compatriotas”, criticou.
O ministro do Interior do Chile, Manuel Monsalve, pediu nesta
manhã aos caminhoneiros que “cuidem do país” e exigiu que “saiam das estradas” que
estão bloqueadas.
O sindicato dos caminhoneiros bloqueou diferentes rodovias
do Chile na manhã desta quinta-feira, depois que o governo apresentou na noite anterior
as primeiras 13 ações invocando a Lei de Segurança do Estado, de um total de 27
redigidas e enviadas.
A greve começou na segunda-feira com a Confederação de
Transportadores de Fuerza del Norte e a Associação de Proprietários e
Motoristas de Caminhões Paine, que reivindicam a redução do preço dos
combustíveis e maior segurança nas rodovias.
No mesmo dia, representantes do sindicato que não aderiram ao protesto reuniram-se com o governo e chegaram a um acordo para reduzir o preço do diesel, mas o alcance das negociações não foi suficiente para acabar com a mobilização.