O jornalista dinamarquês Rasmus Tantholdt, que está no Catar para a transmissão da Copa do Mundo, foi ameaçado por seguranças do país durante uma entrada ao vivo para a emissora TV2. A reportagem foi paralisada por três agentes de segurança.
Os oficiais se aproximaram da câmera do repórter, tampando a lente e impediram as imagens. Além disso, ameaçaram destruir o equipamento da equipe dinamarquesa.
Tantholdt apresentou as credenciais para a Copa do Mundo e a licença para filmar após o incidente, mas os agentes locais exigiram que o sinal fosse interrompido, sem maiores explicações de imediato.
Jornalista dinamarquês foi surpreendido por guardas do Catar enquanto fazia uma entrada ao vivo. Diziam que ele precisaria de uma permissão para fazer a reportagem. Mais tarde recebeu um pedido de desculpas. pic.twitter.com/MIeFpkTUiL
— Eugênio Leal (@eugenioleal) November 16, 2022
“Estamos ao vivo para a TV dinamarquesa”, afirmou o repórter, ao ser abordado. “Vocês convidaram o mundo inteiro para cá. Por qual motivo não podemos filmar? É um local público”, continuou o jornalista. A entrada ao vivo acontecia em frente a um dos hotéis do país, em Doha.
“Aqui está a autorização. Podemos gravar em qualquer lugar que quisermos”, disse Tantholdt. Mesmo assim, os oficiais insistiram em interromper as gravações, inclusive com ameaças de prisão. “Você quer quebrar a câmera? Você pode fazer isso. Vocês estão nos ameaçando.”
O jornalista afirmou que recebeu pedidos de desculpas formais do Comitê Supremo do Catar horas mais tarde.
Ao longo da organização para a Copa do Mundo, o país sofreu críticas da imprensa e de órgãos internacionais sobre as condições dos direitos humanos no país-sede. O inaugural da Copa está marcado para 20 de novembro.