O ditador da China, Xi Jinping, e seu homólogo de Cuba,
Miguel Díaz-Canel, tiveram uma reunião nesta sexta-feira (25) em Pequim, na
qual o líder chinês declarou que seu país “fará todo o possível para
proporcionar apoio” aos cubanos, que, em sua opinião, “enfrentam grandes
desafios”, segundo informou a imprensa local.
Xi garantiu que, “independentemente da situação
internacional”, o país asiático não mudará sua política de “amizade” com Cuba
ou sua “vontade de trabalhar” com a ilha para “proteger a justiça internacional
e se opor à hegemonia”.
Por sua vez, o ditador cubano, que chegou esta manhã à China
para uma visita oficial de dois dias, mencionou a crise econômica em seu país e
indicou que conta com “o apoio de países amigos como a China”, segundo informou
o regime cubano no Twitter.
Díaz-Canel transmitiu a Xi “as cordiais saudações de seu
amigo, o general do Exército Raúl Castro” e lembrou que Fidel Castro destacou “a
capacidade e a firmeza” do atual ditador chinês, justamente no dia em que se
completa o sexto aniversário da morte do ex-ditador cubano.
O governante caribenho também garantiu que valoriza “de
forma muito positiva” as “contribuições teóricas e práticas para a construção
do socialismo” por parte de Xi Jinping à frente do Partido Comunista Chinês,
afirmou o regime da ilha.
O líder chinês expressou a disposição de Pequim de “aprofundar
a confiança política mútua e ampliar a cooperação prática” com Havana e
ressaltou que as relações entre os dois países são “um caso exemplar de
solidariedade e cooperação entre países socialistas e apoio sincero entre os
países em desenvolvimento”.
Após o encontro, foram assinados 12 documentos, entre os
quais um plano de consultas entre as chancelarias dos dois países, um memorando
de entendimento para a promoção da Nova Rota da Seda, plano do gigante asiático
de infraestrutura em mais de 60 países, e um memorando para o “fortalecimento
da cooperação econômica e comercial” entre as duas nações.
Da mesma forma, foi organizada uma cerimônia de entrega e
recepção de matérias-primas, uniformes escolares, doações em dinheiro,
suprimentos médicos e medicamentos para Cuba, que atravessa um dos piores
momentos econômicos das últimas décadas, marcado por uma grave crise
energética.
Díaz-Canel chegou a Pequim nesta madrugada, a convite de Xi Jinping, depois de visitar Moscou e Ancara nos últimos dias, onde se encontrou com os presidentes da Rússia, Vladimir Putin, e da Turquia, Recep Tayyip Erdogan.
A visita anterior do ditador cubano à China ocorreu em
novembro de 2018 e durou três dias: ele se reuniu com Xi, com quem concordou em
promover laços de amizade entre os dois países, e foram assinados vários
acordos bilaterais.
A atual estadia do ditador cubano acontece em uma “bolha anti-Covid”, modalidade de circuito fechado em que os visitantes não têm contato com o exterior, cumprindo as rígidas restrições que a China mantém desde o início da pandemia e que estão revoltando a população local e levando o país ao pior desempenho econômico desde os anos 1970.
A viagem de Díaz-Canel à China é a primeira de um líder latino-americano ao país asiático desde o final do 20º Congresso do Partido Comunista Chinês, realizado em outubro e no qual Xi Jinping foi reeleito para um terceiro mandato como secretário-geral, algo inédito entre seus antecessores imediatos, dando carta branca para aprofundar a trilha autoritária do seu período à frente do Executivo local, iniciado em 2013.
Cuba foi, em 1960, o primeiro país latino-americano a estabelecer relações diplomáticas com a República Popular da China, criada em 1949.